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Produzir, mas a que custo?

Essa pergunta é determinante para que as empresas possam atingir a solvência. Isso porque, muitos executivos têm foco somente na produção, o que acaba por extrapolarem os gastos necessários para atingir tal objetivo.

É importante em primeiro lugar analisar que quantidade não está associado a lucratividade, e que, é possível obter um fluxo de caixa maior produzindo menos. Visto que, algumas atividades que são necessárias para alcançar elevados picos de produção, podem ser geradoras de prejuízo, sendo aconselhado um estudo de viabilidade.

Para apoiar esses estudos de viabilidade é necessário fazer projeção das receitas e gastos por produtos, serviços, máquinas, fazendas e atividades (tratados nesse conceito como projetos). Além de, antecipar expectativa de geração de caixa os estudo podem apoiar os gestores a identificar oportunidades de melhorias e aumentar a lucratividade do negócio.

Estudar a viabilidade

Existem muitas metodologias de estudo de viabilidade, entre elas, alguns indicadores conhecidos como: “TIR”, “VPL” e “PAY BACK”, dos quais eu explicarei um pouco sobre cada um.

  • VPL: Após projetar as receitas e despesas, obtém-se um fluxo de caixa com vários períodos futuros. É através dos descontos do fluxo de caixa a uma taxa de atratividade e seu resultado subtraído dos investimentos que obtemos o Valor Presente Líquido ou VPL. Ou seja, esse indicador é a consolidação de todos os períodos futuros de fluxo de caixa a valor presente menos o investimento.
  • TIR: É um indicador que informa a taxa total de retorno de um projeto, portanto quando a taxa informada faz zerar o valor do VPL ela é considerada como a taxa de retorno total de um projeto em percentual.
  • PAY BACK: Tempo de retorno, esse indicador está associado a quantidade de períodos, para que, o investimento seja reparado. Muitas vezes este indicador é descartado, porém é primordial para análise de projetos que devem ter retornos rápidos.

Exemplo de Cálculos: Valor Presente Líquido, Taxa de Retorno e Pay Back:

Escolher o melhor para o seu negócio

É importante, assim que, todos os projetos estejam analisados e calculados, classificá-los em gravidade, urgência e tendência, conhecido como GUT. Essa técnica resulta em uma nota classificatória, a qual facilita a sequência de implementação dos projetos, conforme disponibilidade de caixa.

Se por ventura a maior parte dos projetos apresentar um GUT elevado é apropriado definir um percentual que o fluxo de caixa possa suportar, senão poderá gerar insolvência.

A ideia do estudo de viabilidade antes do início da produção, é um apoio para o gestor poder mapear itens que geram fluxo de caixa negativo, que são considerados itens que “roubam” dinheiro do caixa.

Ao longo de minha carreira como consultor, presenciei diversas empresas que produziam grandes volumes, porém geravam pouquíssimo caixa. E para compensar tentavam produzir cada vez mais para fazer o giro operacional e o final desse ciclo sempre era a Recuperação Judicial ou Falência. Portanto, cuidar da saúde operacional da sua empresa é extremamente importante e o fluxo de caixa positivo será apenas uma consequência.

Sobre o Autor:

Peres Jean Coturi

Fundador da Custec – Tecnologia para Gestão de Custos e Resultados. Professor Acadêmico e Consultor, com vasta experiência em Implantação de Controladoria e soluções de Business Intelligence e Analytics.

Graduado em Administração de Empresa; MBA em Gestão Empresarial com Ênfase em Finanças pelo Instituto de Ensino Superior de Nova Andradina (IESNA); MBA em Agroenergia pela Esalq-USP; MBA em Data Science e Analytics pela Esalq-USP.